segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Uma Publicação VERDADES VIVAS


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Um Breve Resumo dos Capítulos


Um Breve Resumo dos Capítulos

  • Capítulo 1 – as qualidades morais e espirituais necessárias no homem de Deus em um dia de ruína.
  • Capítulo 2 – os grandes princípios em que o homem de Deus deve servir em um dia de ruína.
  • Capítulo 3 – as garantias e recursos do homem de Deus em um dia de ruína.
  • Capítulo 4 – incentivos divinos para o serviço em um dia de ruína.


Mantendo um Espírito Correto


Mantendo um Espírito Correto

Paulo faz um comentário final nessa epístola. Ele lembra a Timóteo da necessidade de ter um espírito correto devido ao estado desordenado das coisas no testemunho Cristão. Ele disse, “o Senhor Jesus Cristo seja com o teu espírito” (v. 22). Isso é mencionado quatro vezes nas epístolas de Paulo, e o modo como é usado é muito instrutivo. Cada referência tem uma aplicação especial à situação que Paulo estava abordando.
Aqui em 2 Timóteo, onde um colapso no testemunho Cristão está em vista, é preciso ter um espírito correto. Temos que estar em alerta contra duas atitudes. Primeiro: não devemos nos permitir ocuparmos com o fracasso ao ponto de desistir, frustrados, e abandonar o caminho. Vemos muitas coisas desanimadoras em um dia de ruína, mas não podemos deixá-las nos abater. Foi isso o que aconteceu com Elias (1 Rs 19). Ele ficou desanimado com o estado ruim das coisas em Israel e desistiu. Segundo: se tivermos sido fiéis em alguma medida, devemos ter o cuidado de não nos permitir ficar cheios de orgulho por causa disso. Quando olhamos ao redor e vemos tanta infidelidade, injustiça e desinteresse entre os Cristãos podemos desenvolver uma atitude de superioridade, achando que somos melhores do que nossos irmãos. É possível estar certo em doutrina e princípio, e mesmo na conduta exterior, mas estar errado em espírito. Devemos ser vigilantes quanto a isso pois “a soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Pv 16:18).
Na epístola de Paulo aos Gálatas, a mesma frase é usada, mas em um contexto totalmente diferente. Ele escreveu para corrigir os gálatas sobre um erro grave que eles estavam tendo em relação à lei e à graça. Ele sabia que havia o perigo de eles não aceitarem sua correção da maneira certa e se ofenderem com o que ele dissesse a eles. Então, antes de concluir a epístola, ele disse, “a graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja, irmãos, com o vosso espírito”. Essa é uma área na qual também devemos estar em alerta. Precisamos manter um espírito correto quando alguém nos corrige. Devemos tomar cuidado para não guardar rancor para com essa pessoa. “Fiéis são as feridas feitas por um amigo” (Pv 27:6 – JND).
Na epístola de Paulo aos Filipenses, essa frase é usada novamente, mas em um contexto diferente. Havia certa desunião se formando entre alguns indivíduos (Fp 4:2), e isso tinha o potencial de ameaçar a unidade de toda a assembleia. Se não fosse tratado, poderia resultar em uma divisão completa. Paulo sabia que havia a possibilidade de uma ruptura na comunhão entre os Filipenses, e ele acrescentou as necessárias palavras: “a graça do Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito” (Fp 4:23 – ARA). Quando surgem problemas desse tipo entre os santos, temos que vigiar nosso espírito, e não ficar irritados na carne. Isso não ajudará em nada, apenas irá agravar a situação. É necessária uma graça especial para ter um espírito correto em tais situações. Quão cuidadosos devemos ser. As palavras de José aos seus irmãos são boas para nós, “não contendais pelo caminho” (Gn 45:24).
A expressão também aparece em Filemon 25. E, novamente, em um contexto diferente. Aqui é em conexão com perdoar e receber uma pessoa arrependida. Onésimo foi um servo desobediente que fugiu de seu mestre Filemon, mas foi salvo depois de entrar em contato com o apóstolo. Paulo escreveu essa carta para Filemon, encorajando-o a perdoar e receber o servo arrependido. Nesses casos, há uma tendência de nutrir sentimentos de amargura em relação à pessoa que nos ofendeu, e não verdadeiramente perdoá-la de coração. Portanto, ele diz, “a graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito”.
É claro que um espírito correto é necessário em todas as situações – mas é ainda mais em um dia de ruína quando nossa paciência e fidelidade são constantemente testadas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Vs. 19-22 – As saudações finais do apóstolo incluíam uma saudação a “Priscila e Áquila”. Esse casal permaneceu fiel e serviu de auxílio na obra do Senhor (At 18:2-3, 24-28; Rm 16:3-5). Ele também saudou a “casa de Onesíforo”. Não se sabe se Onesíforo estava vivo neste momento ou não. Se ele não estivesse vivo, é especialmente animador ver sua casa seguindo adiante fielmente (2 Tm 1:16-18).
Ele relata a Timóteo que “Erasto ficou em Corinto”. A julgar pelas epístolas do apóstolo aos coríntios, havia muito trabalho a ser feito em Corinto. Ele também relata que ele havia deixado “Trófimo” doente em Mileto (v. 20). Os poderes miraculosos de cura do apóstolo não foram usados nesse homem. Trófimo tinha sido útil na obra (At 20:4, 21:29), e poderíamos pensar que, devido ao fato de que havia uma grande escassez de servos, ele deveria tê-lo curado. Mas os milagres, em geral, eram sinais para os descrentes, não uma maneira de proporcionar bem-estar pessoal para a família da fé. Isso mostra que não é sempre o caminho de Deus curar crentes doentes. Ele queria que Trófimo aprendesse algo por meio de sua enfermidade, e Paulo não interferiria nos tratamentos do Senhor com ele curando-o.
Pela segunda vez Paulo insiste com Timóteo para ir até ele, provavelmente, sentindo que seu martírio era iminente (v. 21). Ele ansiava por uma última visita de Timóteo. Paulo envia saudações a outros quatro crentes – “Êubulo”, “Pudente”, “Lino” e “Cláudia”. A julgar pelos seus nomes latinos, esses eram Cristãos romanos que amavam a irmandade e queriam ser lembrados por Timóteo.

4) Há uma Escassez de Servos Fiéis


4) Há uma Escassez de Servos Fiéis

Vs. 9-15 – Um quarto incentivo para Timóteo se engajar imediatamente no serviço ao Senhor era a grande escassez de servos fiéis. Havia deserção até mesmo entre os servos do Senhor, e como consequência havia menos servos disponíveis do que nunca. Paulo diz a ele, “procura vir ter comigo depressa. Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica; Crescente, para a Galácia, Tito, para a Dalmácia”. Este velho guerreiro estava prestes a deixar o campo de batalha, e ao olhar para o trabalho a ser feito viu que a necessidade era maior do que nunca. Ele com tristeza relata que alguns que poderiam ser de ajuda estavam fora fazendo outras coisas. Ele disse, “porque todos buscam o que é seu e não o que é de Cristo Jesus” (Fp 2:21).
Em vista dessas condições era ainda mais necessário Timóteo cingir seus lombos e se engajar na luta. A obra de Deus requer todo o homem e mulher disponível. O bastão da fé havia sido colocado nas mãos de Paulo, e ele correu fielmente até terminar seu percurso; agora ele estava entregando o bastão intacto a Timóteo. Era a vez de Timóteo correr e “combater o bom combate da fé” (1 Tm 6:12). Portanto, ele precisava se levantar imediatamente e se engajar na obra.
Atualmente há uma necessidade ainda maior de servos fiéis para se colocarem nas trincheiras e levarem adiante a obra do Senhor, conservando e ensinando a doutrina de Paulo em sua totalidade. O Próprio Senhor disse, “a seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a Sua seara” (Mt 9:37-38). Atualmente são muito poucos os que conservam tudo o que Paulo deu à Igreja, e menos ainda aqueles que irão disseminar isso.
Paulo sentiu a deserção geral de seus irmãos e desejou que Timóteo viesse e ministrasse a ele (v. 9). É improvável que isso tenha acontecido. As autoridades romanas sob Nero provavelmente executaram o apóstolo antes de Timóteo chegar lá. Mas isso demonstra a importância da comunhão em um tempo de ruína e fracasso. Precisamos nos reunir para animarmos uns aos outros sempre que possível. A verdadeira comunhão Cristã é em relação às coisas divinas – coisas que os Cristãos têm em comum (At 2:42). Hoje em dia muitos pensam que comunhão Cristã é se reunir para praticar esportes e outras atividades recreativas. Não desincentivamos tais coisas, mas isso dificilmente será aquilo que irá “fortalecer as coisas que restam” (Ap 3:2 – JND).
A deserção estava por toda a parte. Havia infidelidade nas fileiras; muitos que outrora haviam sido fiéis se apartaram (2 Tm 1:15). “Demas” foi um exemplo de deserção (v. 10). Houve um tempo em que ele serviu com o apóstolo e foi recomendado como um companheiro de trabalho (Fm 24 – TB). Ele é mencionado como um dos que enviou saudações aos irmãos, o que indica que ele amava a comunhão dos irmãos (Cl 4:14). Mas “o presente século” acabou atraindo-o. Não é que Demas tenha abandonado a Cristo, mas que ele desistiu de andar com Paulo, se apartando dele e daquilo que ele ensinava. Ele não partiu para o lado sujo do mundo, mas para uma posição de concessões entre os santos onde havia alguma vantagem mundana para ele. Isso é muito triste.
O problema de Demas foi que ele “amou” o presente século (v. 10). Esse é um grande contraste com aqueles que “amam” a Aparição de Cristo, que inaugura o século vindouro (v. 8).
É surpreendente que a epístola que fala sobre declínio no testemunho Cristão mencione dois tipos de amor. Há um amor pela Aparição de Cristo e um amor pelo mundo. Tudo está se movendo ou em uma ou na outra direção. Faríamos bem em nos perguntar em que direção estamos indo.
Outros também se afastaram de Paulo, mas ele não diz os motivos – então não devemos especular quanto ao porquê. É possível que eles tenham ido aos vários lugares mencionados aqui em serviço fiel ao Senhor. Não obstante, hoje em dia existem muitos que poderiam estar servindo de ajuda, mas estão fora fazendo outras coisas. Uma das táticas do inimigo nos últimos dias é manter bons homens e mulheres, que realmente poderiam servir de ajuda no serviço ao Senhor, preocupados com outras coisas (Cl 4:17).
Pode ser que “Crescente” e “Tito” também tenham falhado, visto que eles foram mencionados na mesma frase que “Demas”, mas a maioria dos comentadores rejeita essa ideia. (Se realmente fosse esse o caso, talvez Demas indo para Tessalônica fale de querer permanecer com verdades elementares, e talvez, adiando a esperança da vinda do Senhor. Crescente voltando para as regiões da Galácia talvez fale de voltar ao legalismo. Tito voltando para a Dalmácia– que é o mesmo lugar de Ilírico – significa “vão esplendor”. É o lugar onde o apóstolo fez muitos sinais e maravilhas (Rm 15:19). Indo para Dalmácia talvez fale de voltar para o lado atrativo e carismático do Cristianismo. Parece que o testemunho Cristão, nesses últimos dias, está se desviando nessas três direções). Consequentemente, havia escassez de servos fiéis por dois motivos – um era bom, mas o outro, não:
  • Deserção.
  • Preocupação e comprometimento com outros serviços. 
 V. 11 – Paulo diz que apenas “Lucas”, o médico amado (Cl 4:14), permaneceu com ele. Houve um abandono geral de Paulo pela massa Cristã daquele dia. Os Cristãos estavam simplesmente envergonhados de serem identificados com ele. Lucas se destaca como um exemplo brilhante de fidelidade em tempos assim.
“Marcos” foi evidentemente restaurado e é visto aqui como sendo útil ao apóstolo Paulo. Ele havia abandonado a obra na primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé, quando eles estavam em Perge (At 13:13). Mas agora ele aparece restaurado e sendo considerado útil no serviço ao Senhor. Esse é um encorajamento especial para todos aqueles que falharam. Deus em graça está restaurando almas nesses últimos dias e tornando-as úteis em Seu serviço. Isso nos mostra que Deus pode usar aqueles que falharam. Se pessoas falharam, não é o fim para elas. Cair não faz de alguém um fracasso, mas continuar caído faz (Pv 24:16).
Vs. 12-13 – Paulo enviou “Tíquico” a Éfeso, que era a capital da Ásia – o próprio lugar onde o abandono ao apóstolo foi o maior. Não nos é dito por que, então, mais uma vez, devemos ser cuidadosos em especular. Talvez tenha sido para convencê-los de seu erro de se apartar do apóstolo Paulo e de seu ministério.
O fato de a “capa” de Paulo, seus “livros” e seus “pergaminhos”, serem mencionados na Palavra de Deus indicam que Deus está interessado nas roupas que vestimos e nos livros que lemos. Alguns nos dirão que essas coisas não são importantes, mas para Deus elas são. O mesmo Deus que está interessado em nossa bênção eterna também está preocupado com nossas menores necessidades temporais. Nunca nos esqueçamos disso.
Aparentemente, os “livros” eram anotações de ministério feitas por Paulo e os “pergaminhos” eram páginas em branco que ele pretendia usar para fazer mais anotações. Isso mostra que registrar nossas ideias no papel é algo proveitoso. Isso nos ajuda a organizar os tópicos espirituais em nossa mente para que sejamos capazes de apresentá-los a outras pessoas de maneira organizada. Esse é um exercício em que todo servo do Senhor deveria estar engajado. Alguém disse que nossas ideias são colocadas em ordem na ponta de um lápis.
Vs. 14-15 – Paulo se dirige a Timóteo para alertá-lo sobre uma pessoa em particular que era um inimigo das “palavras [ensinos]do apóstolo. Ele é “Alexandre, o latoeiro”. Essa talvez seja a mesma pessoa que foi excomungada da assembleia por determinação apostólica (1 Tm 1:20). Agora, do lado de fora, e sem arrependimento, ele era um furioso adversário de Paulo. Isso nos ensina que se agirmos com fidelidade e defendermos a verdade, podemos esperar receber ataques de pessoas assim. Nota: Paulo não revidou. Ele simplesmente enfatizou seu caráter e alertou a Timóteo sobre ele. Ele entregou toda a questão ao Senhor, dizendo, “o Senhor lhe pague segundo as suas obras”. Essa não foi uma oração imprecatória invocando juízo sobre esse homem, mas um simples reconhecimento do fato de que isso não passaria despercebido pelo Senhor. Ele lidaria com isso em um julgamento governamental de acordo com as obras dele. Isso nos ensina que não devemos revidar àqueles que nos atacam, mas deixar que o Senhor lide com eles em Seu tempo. Não devemos responder a carne com a carne.
  • Demas – começou bem, mas terminou mal.
  • Marcos – começou mal, mas terminou bem.
  • Lucas – começou bem e terminou bem.
  • Alexandre – começou mal e terminou pior. 
Vs. 16-18 – Outro relato triste que o apóstolo transmitiu à Timóteo foi sobre a deserção dos santos em Roma. Quando Paulo chegou à Praça de Ápio os irmãos de Roma mostraram grande afeto por ele (At 28:15). Mas, posteriormente, quando ele foi chamado a comparecer diante das autoridades em seu julgamento, eles o “desampararam”. Timóteo não podia esperar nada melhor – tal era o dia. No entanto, é encorajador ver que o Senhor não abandonou a Paulo em tal momento. Ele diz, “mas o Senhor assistiu-me”. No livro de Atos, quando Paulo não agiu totalmente de acordo com às intenções e à direção de Deus, e como consequência disso foi parar na prisão, é dito, “o Senhor, pondo-Se ao lado dele” (At 23:11 – ARA). O Senhor não podia, naquele momento, estar com Paulo no sentido de aceitar alegremente sua ida a Jerusalém, quando claramente essa não era a Sua vontade. Mas o Senhor ainda esteve ao lado de Paulo, pois Ele nunca irá nos abandonar. Ele disse, “não Te deixarei, nem Te desampararei” (Hb 13:5).
Novamente, Paulo não orou para que o Senhor os julgasse. Ele não nutria qualquer ressentimento por seus irmãos que não tiveram coragem. Em vez disso, desejava que o Senhor os perdoasse governamentalmente. Ele orou para que “isto lhes não seja imputado”. Aprendemos com isso que não cabe a nós como Cristãos orar para que Deus julgue qualquer um que nos faça mal ou aja de forma infiel, pelo contrário, devemos orar para que eles recebam Seu perdão governamental.
O Senhor livrou o apóstolo da “boca do leão” que eram as autoridades romanas sob o controle de Satanás (Ap 12:4), e isso deu a eles a confiança de que Ele continuaria a livrá-lo de “toda obra má”.
Para o apóstolo, o “reino celestial” foi alcançado por meio da morte de mártir. Com isso diante dele, ele não estava nem um pouco desencorajado, mas cheio de louvor, dizendo, “a Quem seja glória para todo o sempre. Amém!”

3) Há Recompensas Guardadas para o Serviço Fiel.


3) Há Recompensas Guardadas para o Serviço Fiel.

Vs. 6-8 – Paulo deu a Timóteo outro incentivo para ele estar engajado no serviço ao Senhor – havia uma recompensa a espera de todos os que trabalhavam fielmente em vista da Aparição de Cristo. Havia julgamento vindo para o ímpio, mas havia recompensas vindas para aqueles que eram fiéis.
Paulo se refere à sua própria vida e ministério e à recompensa que o estava aguardando. Ele disse, Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia”. Ele não estava se gloriando; ele menciona isso como um incentivo para Timóteo. Ele estava como que dizendo, “em breve eu estarei com o Senhor e receberei minha recompensa, e haverá uma para você também, se você continuar no serviço fiel”.
A vida de serviço de Paulo foi um contraste marcante à de muitos outros que foram vencidos pela decadência do tempo.
  • Alguns sofreram “naufrágio” quanto à fé (1 Tm 1:19-20).
  • Alguns se “apostataram” da fé (1 Tm 4:1).
  • Alguns “negaram” a fé (1 Tm 5:8).
  • Alguns se “desviaram” da fé (1 Tm 6:10).
  • Alguns “perderam” a fé (1 Tm 6:21 – JND).
  • Alguns “perverteram [derrubaram – JND]a fé de outros (2 Tm 2:18).
  • Alguns foram “réprobos [sem valor – JND]quanto à fé (2 Tm 3:8).


Diante de todo esse abandono, o apóstolo disse, “guardei a fé”. Que contraste! Isso não era vanglória, mas um incentivo para Timóteo prosseguir no serviço fiel. Ele menciona isso para mostrar que em um dia de ruína é possível andar em toda a verdade de Deus. Alguns dizem que não é mais possível praticar toda a verdade que uma vez foi dada aos santos (Jd 3). Mas Paulo não abriu mão de nenhuma parte dela. Ele guardou a fé, ainda que houvesse um conflito feroz por causa disso. Portanto, não temos desculpas para abrir mão de qualquer parte dela.
Paulo se refere à sua recompensa como “a coroa da justiça”. Essa particular recompensa é dada àqueles que prosseguem em justiça em meio a toda injustiça na profissão Cristã. Era uma realidade para todos os que servissem ao Senhor fielmente. Ele disse, “e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a Sua Aparição” (v. 8 – JND). Essas recompensas pela fidelidade serão recebidas no tribunal de Cristo (após o Arrebatamento), mas elas não serão vistas pelo mundo até a Aparição de Cristo, que ocorrerá após a grande tribulação. Quando Cristo vier conosco do céu (em Sua Aparição) para estabelecer Seu reinado na Terra, as recompensas dos fiéis serão manifestadas a todos.
Todo Cristão verdadeiro deve “amar Sua Aparição”. Amar Sua Aparição significa que amamos aqu’Ele que irá aparecer. Além disso, vivemos em um tempo em que o nome de Cristo está sendo maculado. Ele é desonrado por todos os lados. E isso aflige os santos cujas afeições estão corretas. Mas quando o Senhor aparecer, tudo será endireitado – e então Ele terá o Seu lugar de direito. Amamos a Sua Aparição por esse motivo também.

2) Está Chegando o Momento em que Aqueles que Estão na Profissão Cristã Não Irão Receber a Verdade


2) Está Chegando o Momento em que Aqueles que Estão na Profissão Cristã Não Irão Receber a Verdade

Vs. 3-5 – Paulo continuou falando de outro motivo pelo qual Timóteo precisava se levantar imediatamente e se lançar à obra. Ele disse, “porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina”. Mesmo antes de chegar o dia do julgamento haveria uma grande apostasia na profissão Cristã e homens afastariam seus ouvidos da verdade. Isso culminaria com a ascensão do homem do pecado (o anticristo) após a Igreja ter sido chamada para o céu (2 Ts 2:2-4). Timóteo precisava perceber que a apostasia já havia começado na profissão Cristã (2 Tm 4:1), e a dureza dos corações estava chegando rapidamente a um ponto onde eles não iriam “suportar a sã doutrina”. A doutrina de Paulo não seria tolerada pelas massas. Devido a esse fato inevitável, Timóteo devia se levantar imediatamente e se envolver na obra. O argumento do apóstolo era bastante claro: o momento certo para Timóteo servir era o quanto antes (imediatamente) porque estava chegando um momento em que seu trabalho teria pouco ou nenhum efeito.
Ele também sabia que as pessoas “tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores”. Isso indica que ao invés de os mestres serem enviados por Deus para pregar e ensinar Seu povo, os mestres ficariam sob o controle de sua audiência que ditaria a eles o que gostariam de ouvir. As pessoas irão em bando atrás de mestres que têm coisas interessantes para dizer. Atualmente, os assuntos mais populares no ministério Cristão são amor e casamento, e interpretações sensacionalistas da profecia. Se um pregador quiser ter uma audiência de bom tamanho e manter seu emprego como pregador, ele terá que falar sobre esses assuntos que as pessoas querem ouvir. Com isso diante dele ele poderia ser influenciado pelo que as pessoas querem ouvir ao invés daquilo que Deus deu a ele para falar. No entanto, a triste consequência das pessoas procurando por coisas que agradem a seus ouvidos é que elas “desviarão os ouvidos da verdade” e se voltarão para as “fábulas”.
Nem é preciso dizer que vivemos nesse tempo. A Igreja hoje está em um estado de Laodiceia (Ap 3:14-22). Cristãos selecionam e escolhem aquilo que querem aceitar dos ensinos do apóstolo. Muito daquilo que Paulo ensinou – mesmo sendo afirmado em suas epístolas – é mal-entendido, mal interpretado, ou simplesmente ignorado. E algumas das coisas que ele ensinou são completamente repugnantes para a mente Cristã moderna e por isso são descartadas. Portanto, o momento de anunciar a verdade é quando ainda há esperança de ela ser recebida.
Em vista disso, Timóteo devia ser “sóbrio” e não permitir que influências prejudiciais à sua volta o distraíssem do objetivo simples de ministrar a verdade. Além disso, Timóteo devia estar preparado para sofrer pela verdade. Ele devia “suportar as aflições” (ARA), pois haveria ataques à verdade e àqueles que a defendiam.
Além do mais, ao usar plenamente seu “ministério” que parecia ser principalmente ensinar e exortar (1 Ts 3:2; 1 Tm 4:13-16, 6:2b; 2 Tm 2:2), Timóteo não devia esquecer de “fazer a obra de um evangelista”. Parece que Timóteo tinha um ministério de caráter genérico. Ele não devia apenas ensinar a verdade, mas também fazer a obra de um evangelista. Um ministro versátil – “um pau-para-toda-obra” – é extremamente necessário em um dia de ruína quando há tão poucos empenhados no serviço ao Senhor. J. N. Darby comentou, “eu não sou um evangelista, mas sempre que posso, eu faço a obra de um evangelista o melhor que posso”. Fazer a obra evangelística ajudaria a encontrar aqueles que abraçariam a doutrina de Paulo. Novos convertidos geralmente irão receber a verdade mais facilmente do que aqueles na profissão Cristã que foram contaminados pelos ensinos errados que estão em circulação.
Esses têm muito a desaprender, e, muitas vezes, isso não é fácil. Novos convertidos, por outro lado, não têm ideias preconcebidas sobre a doutrina e a prática Cristãs, e é fácil para eles aceitarem a verdade. Por isso, essa era uma obra importante para Timóteo e não deveria ser negligenciada.

1) O Julgamento está Prestes a Cair Sobre a Profissão Cristã


1) O Julgamento está Prestes a Cair Sobre a Profissão Cristã

Vs. 1-2 – Cristo, que é o Juiz dos “vivos e dos mortos”, estava vindo para julgar a grande massa de Cristãos professos sem vida na profissão Cristã. Muitos na Cristandade não são salvos e se perderão para sempre quando acontecer o julgamento. Os “vivos” serão julgados na Sua “Aparição”, que ocorrerá antes de Seu reinado de 1.000 anos – o Milênio (2 Ts 1:7-10), e os “mortos” serão julgados ao final de Seu “reino” (Ap 20:11-15). É um aviso solene de que haverá um dia de prestação de contas para todos os homens.
Em vista do julgamento vindouro, Timóteo deveria se levantar e servir imediatamente. O amor pelas almas devia motivá-lo. Paulo disse, “Eu te conjuro (para que) ... prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, convence, repreende, exorta com toda a paciência e ensino” (TB). Note: Timóteo devia apresentar a Palavra de Deus aos seus ouvintes – não suas próprias ideias. Histórias e ilustrações podem ser interessantes e até mesmo úteis, mas elas não substituem a Palavra. O servo deve se lembrar de que é o poder da Palavra de Deus, aplicada pelo Espírito, que produz resultados – não artifícios humanos. Portanto, Timóteo não devia tentar fantasiar sua pregação. Em nosso dia, acessórios e truques para atraírem a atenção estão cada vez mais tomando o lugar da simples pregação da Palavra. Podemos ser tentados a usar essas coisas, mas é melhor ficarmos com a simples Palavra de Deus. Ela é “viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes” (Hb 4:12), e é o que Deus usa para converter almas (Sl 19:7).
Timóteo devia agir rapidamente quanto a isso – ele devia agir “a tempo” e “fora de tempo”. Isso significa que ele devia divulgar a Palavra em circunstâncias nas quais as pessoas estivessem abertas a ela e também quando elas não estivessem. Se uma pessoa estivesse interessada, com certeza seria uma oportunidade “a tempo” – por exemplo, o carcereiro romano (At 16:30). Mas quando há momentos em que isso pode ser considerado inadequado – “fora de tempo” – ele devia encontrar uma maneira de apresentar a Palavra de Deus, mesmo nesses casos. O Senhor na casa do fariseu é um exemplo (Lc 11:37-54). Timóteo devia apresentar a Palavra para pressionar as consciências de seus ouvintes sem ser pessoalmente ofensivo. Paulo diz, “convence, repreende, exorta com toda a paciência e ensino” (TB).

INCENTIVOS DIVINOS PARA O SERVIÇO EM UM DIA DE RUÍNA Capítulo 4


INCENTIVOS DIVINOS PARA O SERVIÇO EM UM DIA DE RUÍNA
Capítulo 4

Antes de concluir a epístola, Paulo procurou despertar Timóteo para o serviço imediato. Mais do que apenas encorajá-lo, ele o deixou com uma “tarefa” solene diante de “Deus e do Senhor Jesus Cristo” que ele deveria cumprir. Timóteo precisava levar essa tarefa a sério. Ele tinha a responsabilidade de usar plenamente seu ministério, pois o Senhor havia dito, “a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá” (Lc 12:48). A tarefa estar “diante” de Deus e do Senhor Jesus Cristo significa que ele devia servir tendo em conta o fato de que ele estava sob o olhar atento de Pessoas divinas. Todo o serviço deve ser realizado tendo a consciência de estar sendo observado pelo olho de Deus que tudo vê.
Devido às trevas que inevitavelmente estava entrando no testemunho Cristão, Paulo dá quatro grandes incentivos para Timóteo se levantar imediatamente e colocar suas mãos à obra. Esses são indicados no texto pelo uso da palavra “porque” (vs. 1, 3, 6, 10).

domingo, 30 de dezembro de 2018


4) As Santas Escrituras

Vs. 15-17 – Uma preservação ainda maior contra os males da Cristandade é encontrada nas “sagradas letras”. Isso é de vital importância em um dia em que as falsas doutrinas se proliferam por todos os lados. Se Timóteo conhecesse e obedecesse às Escrituras, não seria levado por esses enganos sutis. Que preservação tremenda é essa!
Paulo lembrou Timóteo que ele tinha tido um início muito bom. “desde a tua meninice” tu “sabes as sagradas letras”. As Escrituras que Paulo estava se referindo aqui é o Velho Testamento, já que o Novo Testamento ainda não tinha sido escrito quando Timóteo era uma criança. Mesmo antes de Timóteo ter ouvido o evangelho e sido salvo, ele tinha um entendimento da natureza e dos modos de Deus pela instrução de sua mãe e avó (2 Tm 1:5). Essa instrução seriam as inúmeras lições morais e práticas que uma pessoa adquire ao ler as Escrituras. Essas coisas estabeleceram um alicerce de piedade na vida de Timóteo, e também conferiram a ele sabedoria que poderia salvá-lo dos perigos e enganos espirituais que ele encontraria no caminho do serviço.
O Velho Testamento está repleto de princípios pelos quais alguém adquire sabedoria para o caminho. Eles realmente podem nos fazer “sábios para a salvação” quando aplicados ao caminho Cristão. O aspecto da salvação que Paulo está falando aqui é o da salvação prática, visto que Timóteo já era salvo no que dizia respeito à eternidade. O que ele precisava era de libertação prática diária de todos os males pelos quais ele teve que enfrentar ao servir ao Senhor. Aplicar os princípios das Escrituras do Velho Testamento à sua vida seria sua preservação.
A sabedoria que Timóteo tinha aprendido das Escrituras do Velho Testamento não era a doutrina de Paulo. A verdade do Mistério, que é o ponto principal de sua doutrina, não é encontrada nas Escrituras do Velho Testamento. Era uma revelação especial de Deus a Paulo para a dispensação atual.
No verso 16 Paulo acrescenta, “toda [cada – JND] Escritura é inspirada por Deus” (ARA). Ao dizer isso, ele inclui as Escrituras do Novo Testamento. Partes do Novo Testamento já existiam naquela época. Em 1 Timóteo 5:18, Paulo cita o evangelho de Lucas (Lc 10:7). E Pedro fala das epístolas de Paulo como Escrituras (2 Pe 3:16). O Novo Testamento foi “divinamente inspirado” tanto quanto o Velho Testamento. Inspiração não significa, como creem alguns, que Deus deu algumas ideias a indivíduos e permitiu que eles as expressassem com suas próprias palavras. As próprias “palavras” da Escritura nas línguas originais foram inspiradas por Deus (1 Co 2:13). É por isso que os tradutores devem se esforçar para traduzir as próprias palavras da Escritura nas línguas originais para nossa língua. Uma tradução palavra por palavra é o que um estudante da Palavra de Deus precisa, não apenas uma equivalência de ideia por ideia, que é o que, infelizmente, muitas traduções modernas tendem a ser.
Não apenas as “sagradas letras” seriam uma preservação para Timóteo, elas também seriam uma ótima fonte para ele usar ao testar a realidade de tudo aquilo que ele encontrasse. A Palavra de Deus detecta e expõe tudo aquilo que é falso. A importante pergunta a ser feita é, “essa doutrina ou prática está consistente com a Escritura”? Outro teste é simplesmente saber se exalta a Cristo, pois a Escritura não faz nada além de exaltar a Cristo. Muitas das doutrinas desonrosas que surgiram na Cristandade exaltam o homem e rebaixam a Cristo e a Sua obra consumada.
Paulo disse, “Toda [cada – JND] Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça” (AIBB).

“Ensino [Doutrina – KJV]” expõe para nós a verdade sobre um assunto específico. Com isso somos instruídos sobre a mente e os caminhos de Deus. É triste dizer, mas muitos Cristãos atualmente não estão preocupados o suficiente com as instruções dadas a nós na Palavra. Há muitos que têm a ideia de que nosso modo de vida é mais importante do que nossa doutrina. Eles parecem pensar que não importa aquilo em que acreditamos desde que nos amemos uns aos outros e nos demos bem. Essa é uma maneira simplista de ver as coisas e revela ignorância. Se não estivermos alicerçados na “fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos” (AIBB), estaremos suscetíveis a sermos “levados em roda por todo vento de doutrina” (Jd 3; Ef 4:13-14). Deus Se importa com aquilo em que cremos porque isso irá formar nosso andar. Ele quer que sejamos inteligentes em Sua mente e caminhos. J. N. Darby disse que nenhum Cristão conhece seu lugar apropriado sem doutrina; e nenhum Cristão pode andar corretamente sem ela. Devemos ter um bom entendimento do “Mistério” (o chamado da Igreja, e sua natureza e unidade), para que possamos conhecer o que Deus está fazendo nesse mundo nesse tempo presente. É só então que poderemos estar em conformidade com o programa de Deus. Timóteo devia dar atenção à doutrina, e devemos fazer o mesmo.

“Repreensão [convicção – JND]” (ARA) é outra coisa proveitosa que as Escrituras produzem na alma. O Espírito de Deus usa a Palavra de Deus para detectar males escondidos em nosso coração. Frequentemente somos cegos quanto a nossos próprios erros, mas as Escrituras têm uma maneira de expô-los (Hb 4:12).
Podemos ter falsos motivos dos quais não estamos conscientes, mas a Palavra de Deus irá expô-los. Davi disse, “Os juízos do SENHOR são verdadeiros e justos juntamente. Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o licor dos favos. Também por eles é admoestado o teu servo; e em os guardar há grande recompensa. Quem pode entender os próprios erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos. Também da soberba guarda o teu servo” (Sl 19:9-13). Ele falou sobre a doçura da Palavra de Deus, mas depois acrescentou que ao lê-la, seu coração foi inspecionado na presença de Deus. Isso o levou a lançar-se ao Senhor para que ele pudesse ser salvo de “pecados de presunção” (TB).

“Corrigir” estabeleceria o caminho correto quer na doutrina quer na prática. Depois de nos ter convencido daquilo que não é correto em nossas vidas, a Palavra de Deus também nos instrui do caminho que é correto. Ela dá a direção positiva para a nova natureza que quer fazer a vontade de Deus. Esse é um especial aspecto da Palavra de Deus que refutaria o erro em questões doutrinárias ou práticas e o corrigiria. Conforme os erros se multiplicam no testemunho Cristão, a correção é importante. As epístolas aos Coríntios e aos Gálatas são particularmente corretivas em caráter e são muito proveitosas. Coríntios corrige  carnalidade e Gálatas corrige legalidade.

“Instruir em justiça” também é encontrado na Palavra. Isso se refere às porções práticas da Palavra de Deus. As Escrituras estão repletas de instruções sobre questões práticas para nossos lares e nosso andar pessoal com o Senhor. É o que nos ajuda a nos manter no caminho estreito da verdade.
  • “Ensino [Doutrina – KJV]” – nos diz o que é certo.
  • “Repreensão” – nos diz o que não é certo.
  • “Correção” – nos diz como acertar.
  • “Instrução” – nos mantém caminhando certo.
Além disso, as Escrituras Sagradas tornam o povo do Senhor capaz de ministrar a verdade de Deus. Usadas corretamente, elas tornam o homem de Deus “perfeito [completo – JND]” e “perfeitamente instruído [totalmente adaptado – JND] para toda boa obra”. Assim, ele está totalmente equipado para a obra de servir ao Senhor em qualquer posição que ele possa ser chamado. Qualquer que seja a necessidade no momento, o servo terá uma resposta pronta para a situação. Que recurso excelente em um tempo de ruína! Ela não apenas nos preserva do perigo e nos instrui naquilo que é certo, mas também é um instrumento poderoso para ajudar os santos a se motivarem “para toda boa obra”.

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Essas preservações e recursos que Paulo mostrou a Timóteo são para todos os santos de Deus. Usados corretamente, eles serão os meios pelos quais seremos mantidos em dias sombrios e difíceis. Somos gratos a Deus por não nos ter deixado tateando somente com nossas próprias forças para encontrar o caminho em meio à confusão, mas Ele forneceu tudo aquilo que é necessário para o caminho.

3) O Fiel Apoio do Senhor em Tempos de Perseguição


3) O Fiel Apoio do Senhor em Tempos de Perseguição

Vs. 11-14 – Uma terceira coisa que acompanharia quem sustentasse a verdade em um dia de ruína é o apoio do Senhor em tempos de rejeição e perseguição. Como exemplo, Paulo falou de perseguições específicas que ele enfrentou em três lugares durante sua primeira viagem missionária (At 13-14). Ele falou de “perseguições” e “aflições” que aconteceram “em Antioquia, em Icônio” e “em Listra”. A perseguição nessas três ocasiões foi causada por judeus incitando gentios a rejeitarem a Paulo. Embora atualmente seja improvável que a perseguição venha diretamente dos judeus, a Escritura adverte que ataques virão daqueles que assumem o terreno judaico na profissão Cristã. No livro de Apocalipse eles são mencionados como aqueles que “se dizem judeus e não o são” (Ap 3:8-9). Eles são aqueles que tentam se aproximar de Deus por meio de formas e cerimônias Cristianizadas, como no judaísmo do Velho Testamento. Essa ordem de coisas é encontrada no denominacionalismo moderno. Aqueles que adoram a Deus nesse terreno podem ser a fonte de perseguição contra aqueles que desejam andar em tudo aquilo que Paulo deu à Igreja.
Timóteo poderia esperar que a perseguição viesse desse lado. Não haveria como escapar disso se ele defendesse a verdade. Caso ele se desesperasse diante dessa perspectiva, Paulo acrescentou, “o Senhor de todas me livrou”. Timóteo podia contar com o fiel apoio do Senhor para ajudá-lo. Que recurso maravilhoso! Se vivermos uma vida em conformidade com a verdade, podemos esperar ter o apoio do Senhor de uma maneira muito real. Outros podem nos abandonar, mas o Senhor não fará isso (Hb 13:5). Não dizemos que haverá libertação em todos os casos. Milhares de Cristãos fiéis morreram na estaca por sua fé simples nas Escrituras, mas Timóteo podia contar com a ajuda do Senhor em meio à perseguição de uma maneira notável.
Não há como fugir da perseguição se alguém vive piedosamente. Paulo disse, “e também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (v. 12). Defender a verdade por meio de uma vida piedosa trará sofrimento. Mas isso também seria uma forma de Timóteo testar e detectar os falsos mestres e suas doutrinas. Será que eles estão sofrendo reprovação pelo que ensinam? Ou estão sendo recebidos pelas massas? Esse era um sinal indicador para se saber a verdade. Em 2 Coríntios 11:21-33, Paulo falou de um sinal distinto que o diferenciava daqueles que se apresentavam como obreiros Cristãos – mas que eram “falsos apóstolos” e “obreiros fraudulentos” – que é o de ter sofrido pela verdade que ensinava. De um modo geral, em um tempo de ruína e falha, aqueles que ensinam o erro ou deturpam a verdade não sofrem perseguição. Ao contrário, costumam ser bem aceitos.
Paulo avisou a Timóteo que as coisas no testemunho Cristão só iriam piorar. Ele disse, “mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados” (v. 13). Já que era verdade, Timóteo precisava estar preparado para o ataque de “impostores malabaristas – JNDque iriam enganar as massas. A melhor maneira dele ser preservado de seus enganos era atendendo à exortação de Paulo, “tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado [completamente persuadido – JND], sabendo de quem o tens aprendido” (v. 14). Semelhantemente, o servo de Boaz aconselhou Rute, dizendo, “não vás colher a outro campo” (Rt 2:8). Ela devia continuar a colher no campo onde Boaz estava. Lá haveria proteção e bastante comida para ela. Vaguear para outro campo para colher poderia ter sido desastroso; alguém poderia ter se aproveitado dela.
Não bastava a Timóteo conhecer a doutrina de Paulo (v. 10); ele precisava continuar nela, e também estar “completamente persuadido” de seu conteúdo (v. 14 – JND). Isso significa que ele precisava estar convencido pessoalmente da verdade em sua própria alma. Isso era importante; se outros tivessem que desistir da verdade e abandonar a fé (que era o desvio da época – cap. 1:15), ele não seria influenciado por seus enganos, porque ele realmente comprou a verdade e se apropriou dela (Pv 23:23).
Paulo acrescentou, “sabendo de quem o tens aprendido”. Esse é outro princípio importante para um dia em que muitas vozes estão proclamando possuir a verdade. É simplesmente isso: conheça a fonte do ministério que você ouve e lê. Isso significa que devemos ser cuidadosos com o tipo de livros de literatura Cristã que lemos, com o ensino Cristão que ouvimos nas rádios, com os vídeos Cristãos que assistimos, e com os sites Cristãos que visitamos, porque poderíamos assimilar involuntariamente erro e ser levados a nos desviar (2 Pe 3:17). Em um dia de ruína e falha no testemunho Cristão, quando falsos mestres se proliferam, precisamos agir com cautela.
Portanto, devemos nos certificar que a fonte de tal ministério é conhecida por ser doutrinariamente sã.

2) Uma Vida Coerente com a Verdade


2) Uma Vida Coerente com a Verdade

V. 10b – A segunda coisa que seria um elemento preservador para Timóteo era o “modo de viver” de Paulo. Não era o suficiente que Timóteo conhecesse a doutrina de Paulo; ele devia imitar o modo de viver de Paulo. Isso seria uma segurança preservadora para ele. O modo de viver de Paulo estava em contraste direto com o estilo de vida corrompido que estava surgindo no testemunho Cristão. Andar como Paulo andava significava andar em separação disso. Do mesmo modo, se tivermos estabelecido hábitos corretos de piedade em nossas vidas, com certeza eles serão um meio de nos preservar no caminho.
Paulo mencionou algumas coisas específicas que faziam parte do seu modo de viver. Eram elas “intenção, fé, longanimidade, amor, perseverança” (TB). Essas eram coisas que caracterizavam sua vida e serviço. Não apenas uma vida de piedade preservaria Timóteo, também lhe ajudaria a dar um testemunho claro e evidente em contraste com a ordem de coisas ao seu redor, e daria peso ao seu ministério.
A vida de Paulo era totalmente coerente com a doutrina que ele ensinava. De fato, seu modo de viver era baseado em sua doutrina. Paulo havia ensinado a Timóteo que más doutrinas levam a práticas ruins (2 Tm 2:16) e também, que boa doutrina produz uma vida piedosa coerente (1 Tm 6:3). Nossa doutrina forma nosso andar – tanto para o bem quanto para o mal. Talvez esse seja o motivo porque Paulo falou de sua doutrina antes de falar de seu modo de viver.
O “modo de viver” de Paulo era um padrão pelo qual Timóteo poderia testar a profissão que ele encontraria. Será que aqueles que fazem uma profissão de possuir a verdade tinham uma vida de piedade consistente como a de Paulo? Timóteo poderia simplesmente perguntar, “fazer isso ou aquilo está de acordo com o modo de viver de Paulo?” Historicamente, aqueles que têm sido heterodoxos[1] quanto à doutrina são frequentemente caracterizados por um estilo de vida questionável (e às vezes por pecados escandalosos), que acompanha suas doutrinas terríveis.
Uma advertência aqui; embora esse seja um bom teste, há alguns que imitarão a vida de Paulo, mas sem possuir sua doutrina. O Senhor chama a esses de “lobos” “vestidos como ovelhas” (Mt 7:15). Muitos tropeçaram por causa da piedade aparente encontrada em determinadas seitas Cristãs. Devemos nos manter vigilantes contra isso também.




[1] N. do T.: Heterodoxo é aquilo que se opõe aos padrões, normas, regras ou a uma doutrina pré-estabelecida. Do grego hetero que significa “diverso” e doxa que significa “fé”. É o que está em desconformidade com a doutrina tradicional.

1) O Conhecimento da Doutrina de Paulo


1) O Conhecimento da Doutrina de Paulo

V. 10a – A primeira coisa que Paulo defende diante de Timóteo, como meio de protegê-lo da corrupção no testemunho Cristão, é a sua doutrina. Ele disse, “Tu, porém, tens seguido [estado profundamente familiarizado com – JND] a minha doutrina”. Timóteo tinha sido diligente em aprender a doutrina de Paulo (1 Tm 4:6); agora ele devia mantê-la ao andar no que aprendeu, o que o guardaria da corrupção da Cristandade. Havia uma salvação prática para ele ao dar atenção à doutrina de Paulo (1 Tm 4:16). Por esse mesmo motivo, devemos estar bem familiarizados com a doutrina de Paulo. Essa será uma maneira de nos preservar.
Estando “profundamente familiarizado” com o que Paulo ensinou, Timóteo teria um padrão divino de verdade pelo qual poderia testar tudo aquilo que encontrasse no caminho do serviço. Se não estivesse de acordo com o que foi ensinado por Paulo, estava de algum modo defeituoso. Não era necessário Timóteo estar profundamente familiarizado com todas as más doutrinas que estava surgindo. Aqueles que mergulham em todas as más doutrinas que estão emergindo no testemunho Cristão correm o risco de caírem nelas também (compare Dt 12:29-31). Paulo não aconselha Timóteo a fazer isso. Em outra parte, ele diz, “quero que sejais sábios no bem, mas símplices no mal.” (Rm 16:19). Da mesma forma, não é necessário que conheçamos todas as más doutrinas prevalecentes na Cristandade para escapar delas, mas somente conhecer a verdade e andar nela. Esse será nosso padrão de medida disponível.

As Preservações Divinas e os Recursos do Fiel (Vs. 10-17)


As Preservações Divinas e os Recursos do Fiel (Vs. 10-17)

Na parte final do capítulo, Paulo volta a falar das preservações divinas e recursos que iriam guardar Timóteo de cair na corrupção e nos erros da Cristandade. Essas coisas dariam a ele um padrão de medida disponível para medir tudo o que encontrasse no caminho do serviço. Com ela poderia detectar tudo o que não fosse de Deus, e “se apartar” disso.
Essas preservações e recursos não eram apenas para Timóteo, mas para nós também. Sendo chamados para viver em tempos muito sombrios e difíceis, precisamos dessas coisas talvez mais do que em qualquer outro momento da história da Igreja.
O que se segue são quatro coisas essenciais que são tanto preservações como recursos para o crente. Ambas nos guardarão das armadilhas no caminho e também nos fornecerão um meio pelo qual toda reivindicação de verdade poderá ser detectada e exposta.

5) Imitando o Poder de Deus por Meio de Engano


5) Imitando o Poder de Deus por Meio de Engano

Vs. 8-9 – A última coisa que Paulo menciona que irá caracterizar a profissão Cristã nos últimos dias é uma imitação do poder de Deus. Para dar a Timóteo uma ideia clara do tipo de engano que estará em ação, Paulo menciona dois magos do Velho Testamento da época de Moisés. Ele diz, “e, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé”. Esses homens se especializaram em realizar milagres de imitação com o objetivo de se opor a Moisés (Êx 7:10-13). Vemos isso ao nosso redor atualmente no mundo Cristão. Há muitos grupos Cristãos alegando ter poderes pentecostais. Eles atraem um grande número de seguidores alegando realizar milagres e curas etc. Os curandeiros da TV da atualidade, que alegam fazer milagres, são uma tremenda desonra ao nome de Cristo. As pessoas naturalmente querem ver uma demonstração de poder e são atraídas por isso.
O efeito imediato das imitações dos magos era o de endurecer o coração do faraó. As imitações encontradas no testemunho Cristão têm tido o mesmo efeito sobre as pessoas. O coração daqueles que estão sob essas ilusões se torna endurecido quanto à verdade. Eles “resistem à verdade” e “não suportarão a sã doutrina” (2 Tm 4:3 – ARA). Se você traz para eles a verdade da doutrina de Paulo, eles não a querem. Eles prefeririam ver uma demonstração de poder. Invariavelmente eles estão desviados da verdade que Paulo deu à Igreja.
Paulo diz que pessoas desse tipo serão “réprobos [sem valor – JND] quanto à fé”. Muitos não são crentes verdadeiros. E esses que são crentes verdadeiros, quando testados quanto ao seu entendimento da fé Cristã, demonstram não ter qualquer entendimento dela. Além disso, ele diz que “a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles”. Isso novamente se refere a um tratamento governamental de Deus. Assim como Deus expôs Janes e Jambres quando julgou o Egito, Ele irá expor o desvario desses a todos que sinceramente querem a verdade, para que estes não tropecem naqueles. Aqueles revelam suas intenções ao implorarem continuamente por dinheiro. Isso deveria nos colocar em alerta. Nenhum Cristão sensato pode considerar por um momento sequer a veracidade das alegações absurdas que esses enganadores fazem quanto aos seus milagres fraudulentos.

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É difícil de acreditar que aquilo que uma vez foi confiado como a mais elevada verdade e os mais excelentes privilégios já dados à humanidade poderias descer a um estado tão desprezível. Mas ao nosso redor vemos o triste cumprimento disso. Que tremenda desonra o testemunho Cristão tem sido para o Senhor. Prestamos ao mundo um testemunho de Cristo tão pobre que temos que inclinar nossas cabeças em vergonha e humilhação, e no espírito da oração de Daniel, dizer, “nós pecamos” (Dn 9:5).
Uma lição importante a se aprender aqui é que em um dia de ruína não devemos julgar o que é Cristianismo pelo que os assim chamados Cristãos estão fazendo, mas sim pela Palavra de Deus. Se a prática dos Cristãos fosse nosso guia, iríamos irremediavelmente falhar em discernir o Cristianismo verdadeiro.
Há milhares de vozes na Cristandade, todas proclamando possuir a verdade, e muitas delas se contradizem entre si. O crente estaria irremediavelmente perdido tentando encontrar uma direção em meio a essa confusão. O crente precisa retornar à Palavra de Deus para saber qual é a mente de Deus. “Este é o mandamento, como já desde o princípio ouvistes, que andeis n’Ele” (2 Jo 6). Esse é o nosso grande princípio orientador em um tempo de pecado e fracasso no testemunho Cristão. Devemos retornar àquilo que era “desde o princípio” – aos primeiros princípios do Cristianismo, que são encontrados apenas na Palavra de Deus. Precisamos perguntar, “O que a Palavra de Deus diz sobre essa doutrina ou prática?”  e procurar n’Ele graça para fazer o que ela diz.

4) Uma Grande Presunção Exterior de Ter a Verdade


4) Uma Grande Presunção Exterior de Ter a Verdade

V. 7 – A quarta coisa que iria caracterizar a profissão Cristã nos últimos dias é uma grande presunção externa de ter a verdade, mas sem realmente tê-la.
Paulo diz, “aprendem sempre e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade”. “Aprendem sempre” não significa que os assim chamados grupos Cristãos serão conhecidos por amar ao Senhor Jesus e querer saber mais sobre Ele. Eles farão uma profissão de serem aqueles entre o mar de vozes no mundo Cristão que realmente têm a verdade. E, portanto, convencerão as pessoas a se unirem a eles em sua causa. Muitos foram enganados por esse tipo de pretensão.
Paulo acrescenta que “nunca podem chegar ao conhecimento da verdade”. Isso significa que Deus permite que eles sejam enganados por suas próprias maquinações. O mesmo erro que eles ensinam os mantém na escuridão. Deus não será escarnecido; Ele não permitirá que aqueles cuja vontade está contra Ele e Sua Palavra aprendam a verdade. Somente os mansos aprendem a verdade (Sl 25:9). Primeiro deve haver uma correta condição de alma em uma pessoa antes de o Espírito de Deus poder ensiná-la. Se os motivos são corretos e nossa vontade não está agindo, “o Espírito da verdade” tomará as coisas de Cristo e as mostrará para nós (Jo 16:13-14). Paulo diz que pessoas desse tipo estão “enganando e sendo enganadas” (v. 13), portanto, caem por meio de seus próprios artifícios. Esse é um julgamento governamental de Deus.

3) Grandes Esforços Sendo Feitos para Subverter as Almas não Firmadas


3) Grandes Esforços Sendo Feitos para Subverter as Almas não Firmadas

V. 6 – A terceira coisa que caracterizaria o testemunho Cristão é que haveria militantes indo atrás de pessoas para suas assim chamadas causas Cristãs. Paulo diz, “porque deste número são os que se introduzem [penetram sorrateiramente - ARA] pelas casas e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências”. Meios desonestos seriam usados para subverter almas não firmadas para conseguir apoio nas diversas causas que surgiriam em nome de Cristo. Ele diz que eles iriam “penetrar sorrateiramente pelas casas”. Penetrar sorrateiramente nos lembra da serpente astuta, o próprio diabo (Ap 12:9). Assim, seus meios e métodos terão o caráter da sutileza e do engano satânico.
Os que se tornam suas vítimas são caracterizados como “mulheres néscias”. Isso não se refere apenas às mulheres, mas à determinadas pessoas (sejam homens ou mulheres) que são movidas por suas emoções ao invés de serem governadas pela Palavra de Deus. Assim, o método desses assim chamados obreiros Cristãos será o de brincar com as emoções das pessoas. A palavra “néscias” foi traduzida como “crédulas” por alguns tradutores. Assim como Satanás se aproximou de Eva no jardim do Éden e a enganou, fazendo-a acreditar em suas mentiras, esses militantes se aproximam de pessoas crédulas e não estabelecidas na verdade, e as enganam com seus ensinos falsos.
Repare, esses assim chamados obreiros Cristãos não irão enganar a qualquer um ou a todos. Mas sim a certos tipos de pessoas que são “carregadas de pecados” e “levadas de várias concupiscências”. Isso se refere a pessoas que estão sobrecarregadas com um senso de pecado e luxúria e sentem algum tipo de necessidade em suas vidas. Talvez possamos dizer que elas estão procurando algo, mas não com honestidade. À medida que procuram alívio de suas lutas internas, elas ficam vulneráveis e estão prontas para esse tipo de engano. Elas estão abertas para qualquer coisa que aparecer, e é justo nesse momento crucial de suas vidas que esses falsos mestres surgem para enganá-las. O triste disso é que elas se tornam “cativas” a esse sistema de falsa doutrina, e depois se tornam promotoras ativas dele. O plano é transformar essas pessoas cativas em militantes que mais tarde irão fazer avançar a causa dessa organização em particular.
A Cristandade atualmente é caracterizada por seitas falsas que trabalham ativamente para reunir pessoas nelas. O “joio” (falsos professos) está sendo juntado em “molhos” – seitas Cristãs (Mt 13:30). Nem é preciso citar as Testemunhas de Jeová, os Mórmons etc., como exemplos dessa atividade. Muitos tropeçaram por esse tipo de ação.

2) Uma Negação Prática da Presença e do Poder do Espírito de Deus


2) Uma Negação Prática da Presença e do Poder do Espírito de Deus

V. 5 – A segunda coisa que marcaria o testemunho Cristão nos últimos dias é uma negação prática da presença e do poder do Espírito de Deus. A grande massa professa será caracterizada como “tendo a aparência de piedade, porém negando o poder dela”. Exteriormente, as pessoas parecerão religiosas. Professarão conhecer o Senhor, mas serão Cristãos apenas na aparência. Não haverá nenhuma “verdade no íntimo” (Sl 51:6). Ao viver por interesses egoístas, o Espírito de Deus (que é “o poder” para uma vida Cristã santa – Rm 8:2) será, na prática, negado na vida dos homens. Assim, eles terão uma aparência, mas não terão poder na sua fachada Cristã. Não será nada além de hipocrisia vazia, que é algo detestável para Deus.
Não só haveria uma negação do poder do Espírito na vida prática, também haveria uma negação do poder do Espírito na ordem na assembleia. O poder no Cristianismo para a verdadeira adoração e ministério no Cristianismo vem também por meio do Espírito Santo (Fp 3:3; 1 Co 12:11). Todavia, a ordem clerical – que não passa de uma invenção humana – entrou na Igreja e, na prática, substituiu o Espírito Santo. A ordem da igreja convencional estabelece líderes humanos (os assim chamados “Pastores” ou “Ministros”) para conduzir a adoração e dirigir o ministério, apesar de não encontrarmos nada disso na Bíblia. É algo que já existe há séculos. No entanto, a partir do momento em que o Espírito de Deus foi enviado a esse mundo no dia de Pentecostes, procuramos em vão encontrar no Novo Testamento por algum dirigente de Igreja, exceto o da soberana direção do Espírito Santo. Com Alguém tão grande e qualificado quanto essa Pessoa divina presente no meio dos santos congregados, porque seria necessário nomear um homem para fazer Seu trabalho, independente de quão capacitado possa ser essa pessoa? A obra do Espírito em liderar e guiar a assembleia na adoração e no ministério foi impedida por conta desse arranjo humano.
A ordem humana é tão difundida na Cristandade que pode ser vista desde a Basílica de São Pedro em Roma até a menor capela evangélica. Ao invés dos crentes se reunirem para adoração e ministério somente ao nome do Senhor, aguardando a direção do Espírito para guiá-los, é difícil encontrar sequer uma reunião de oração sem alguém nomeado para liderá-la. Nesse tipo de arranjo o Espírito Santo é negado. Estabelecer um homem, por mais capacitado que possa ser, para liderar e conduzir as reuniões da assembleia, é uma negação prática da presença e do poder do Espírito Santo. Na verdade, isso é incredulidade na capacidade do Espírito Santo de dirigir as reuniões. Essa interferência humana pôs de lado a simplicidade da ordem de Deus e contribuiu para a confusão na casa de Deus.

1) Mundanismo


1) Mundanismo

Vs. 2-4 – A primeira coisa que seria notada é o mundanismo. Cerca de dezoito males são mencionados para dar a Timóteo uma imagem vívida da depravação moral na qual o testemunho Cristão mergulharia. O apóstolo não está descrevendo a condição do mundo – pois no verso 5 ele diz que esses tinham uma “aparência de piedade” e o mundo não tem qualquer aparência de piedade – mas o testemunho Cristão sim.
Essa lista de pecados pode ser comparada com a que ele dá na parte final de Romanos 1 em relação aos ímpios pagãos. A comparação mostra que as condições morais que existem entre os pagãos na sua condição não civilizada caracterizam em grande parte a Cristandade professa dos últimos dias!
Será notado que o primeiro e extraordinário mal nessa lista horrível é o egoísmo incontrolável dos homens. O amor a si mesmo e a satisfação do ego dá origem a cada um dos outros males na lista. É isso que leva os homens a serem desobedientes, ingratos, ímpios etc. Isso significa que nos últimos dias, os assim chamados Cristãos, não andarão, em geral, em julgamento próprio, mas irão permitir que a carne reine livremente sobre suas vidas.