sábado, 29 de dezembro de 2018

Evitar Má Doutrina


Evitar Má Doutrina

Vs. 16-17 – “Mas evita os falatórios [inúteis e – ARA] profanos, porque produzirão maior impiedade”. Timóteo não devia evitar apenas o intelectualismo; ele devia evitar doutrina errada. Essas duas coisas frequentemente andam juntas. Pensamento indisciplinado nas coisas de Deus leva, invariavelmente, à má doutrina. O que mais deveríamos temer é a mente humana fique solta ao manejar a revelação de Deus – Sua Palavra escrita.
Timóteo devia ser cuidadoso para não ser contaminado com tais “falatórios inúteis e profanos”. Eles são chamados “profanos” porque emanam da mente corrompida do homem, e eles são “inúteis” porque os pensamentos e ensinamentos dos homens sempre colocam o homem sob uma luz favorável em que ele possa se gloriar. Em sua primeira epístola, Paulo exortou Timóteo a ser “criado [nutrido – JND] com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido”. Levaria tempo para ficar “profundamente familiarizado” com vários assuntos da Escritura (1 Tm 4:6 – JND). É extremamente importante que todos os que servem ao Senhor tenham bem abraçada a verdade, e que a verdade tenha bem abraçados a esses moralmente e na prática. Como podemos esperar ajudar a outros na verdade se não a conhecemos para nós mesmos?
Havia dois motivos pelos quais Timóteo devia evitar má doutrina. Primeiro, esses falatórios profanos iriam “produzir maior impiedade”. Isso mostra que aquilo que sustentamos como doutrina afeta nossas vidas de maneira prática. Nesse caso afetaria negativamente. Má doutrina leva às más práticas. O argumento de Paulo aqui é bastante claro; se nossa doutrina não estiver correta, nosso andar não será correto.
Por isso, temos que pensar corretamente para andarmos corretamente. Em segundo lugar, má doutrina se espalha como “gangrena”. Outros serão afetados por ela, e muitos se contaminarão. Paulo queria que Timóteo fosse um canal de bênção para seus ouvintes, não uma fonte de contaminação. Isso frustraria o propósito de seu ministério. Paulo passou a dar a Timóteo um exemplo de disseminação de má doutrina. Dois homens (“Himeneu e Fileto”) não tinham dividido a Palavra da verdade corretamente e haviam produzido mau ensino. Quanto à verdade da “ressurreição” eles tinham “errado” (KJV).
Nota: eles não negaram a ressurreição como alguns dos coríntios (1 Co 15:12), mas a colocaram em uma ordem escatológica incorreta. Eles disseram que ela “já se realizou” (ARA), quando na realidade ela se cumpriria no futuro. As consequências desse erro foram devastadoras. Isso perverteu a fé de “alguns”. Isso mostra a gravidade da má doutrina. O que começou com dois homens tendo ideias erradas, espalhou para outros, e no processo a fé deles foi pervertida. “Himeneu” significa “música de casamento” e “Fileto” significa “amado”. Se o significado do nome de uma pessoa na Escritura tem a intenção de indicar seu caráter, isso dá a entender que esses homens tinham uma aparência encantadora. Talvez eles tivessem uma personalidade carismática.
Os simples e inocentes provavelmente os viam bem e corretos (Rm 16:18), mas na realidade eles estavam carregando má doutrina que iria perverter a fé das pessoas! O velho ditado, “Cuidado com homens amáveis; ame homens fiéis”, é uma boa recomendação para esses dias.
Frequentemente, má doutrina é difícil de ser detectada. Aqueles que a apresentam muitas vezes irão usar uma fraseologia obscura para apresentar seus erros. Eles tentarão parecer ortodoxos ao embrulhar sua falsa doutrina em palavras encontradas nas Escrituras nas quais o erro será oculto. Se uma expressão ou frase incorreta é questionada, eles trarão uma declaração verdadeira a partir de seus ensinos para justificar a declaração falsa. Mas esse é um mau princípio, já que nenhuma quantidade de verdade acrescentada àquilo que é falso pode neutralizar ou justificar o mal.
Podemos nos perguntar como é que “Himeneu” podia levar as pessoas a ouvi-lo uma vez que ele havia sido excomungado por Paulo e “entregue a Satanás” alguns anos antes. Ele foi posto de fora por um julgamento apostólico para que “aprendesse a não blasfemar” (1 Tm 1:20). Em todos esses casos, os santos devem evitar alguém que esteja sob um julgamento assim e não ter qualquer tipo de comunhão com ele (1 Co 5:4-5, 11-13; 2 Jo 9-11). Que algumas pessoas dariam ouvidos a ele evidencia o triste fato de que eles não se submeteram ao seu julgamento apostólico! Essa é uma prova de que muitos naquela época tinham “se apartado” de Paulo (2 Tm 1:15). Esse é o caráter das coisas quando o testemunho Cristão está em ruína; uma pessoa será colocada de fora da Mesa do Senhor, e alguns irão ousadamente ignorar a repreensão imposta sobre o indivíduo, e irão continuar a ter comunhão com o iníquo! Isso é realmente triste, mas esses cuja fé foi pervertida por “Himeneu e Fileto” estavam na verdade sofrendo o juízo governamental de Deus. Deus permitiu que Himeneu e Fileto os confundisse e os fizesse tropeçar como uma retribuição por não acatarem o julgamento apostólico imposto sobre Himeneu. Esse é um exemplo daquilo que Paulo disse aos coríntios – “as más conversações corrompem os bons costumes” (1 Co 15:33).

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